quinta-feira, 30 de junho de 2011

dias iguais

passo pela porta de entrada às dez e dezesseis
dou bom dia à moça da portaria
dou bom dia ao segurança
aperto o botão do elevador
nenhuma luz verde acende
e logo paira a dúvida
“apertei o botão forte o bastante?”.

novamente atrasado
pontualmente atrasado.
aperto outra vez e aguardo de mochila nas costas
sempre bate uma leve impaciência.

quando entro aperto o sétimo
quando saio passo pelo corredor
e dou de cara com minha porta trancada.
é raro, mas as vezes sou o primeiro a chegar.
aí tenho que tirar a mochila e buscar a chave.

meus dedos nunca parecem suficientemente hábeis.
por um instante odeio aquela chave minúscula
que se esconde naquele minúsculo bolso lateral.

meu horário é às nove
às dez e dezenove a porta está aberta.
mal guardo a mochila no armário
um dos telefones começa a tocar
não atenderei dessa vez.

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