outro dia fui lá. minha amiga
miou e
eu entrei apreensivo e sozinho pelo
portão vermelho aberto. uma garotinha
bonita e simpática se apresentou
com
um abraço. um garotinho feio,
tímido
e simpático que também estava
meio
perdido me cumprimentou e depois
mais outro cara alto e barbado.
fui entrando e apertando a mão de
mais
dois ou três sentados pelos
cantos
comendo sanduíches e mais uma
mina de
óculos num degrau. entrei na sala
de projeção,
suja, bagunçada e confusa. o
feinho logo se
enturmou e eu perguntei pr’um dos
caras
lanchando onde ficava o banheiro.
ele
prontamente se levantou pra me
mostrar.
apenas uma das
três cabines estava
disponível, as
outras tinham papéis
colados na
porta alertando para só
usar a cabine
do lado direito. dentro
dessa havia outro
recado grudado num
suporte de
ferro com instruções sobre
como repor o
papel higiênico. mijei,
puxei a
descarga, sai e lavei as mãos.
perguntei à
garota do abraço, que parecia
bastante
ocupada organizando as coisas
e apresentando
as pessoas umas às outras,
se o filme
começaria as oito horas em
ponto como
anunciado, a resposta saiu
meio hesitante
e deu a entender que não.
ia demorar,
costumava demorar. sabe-se
lá quanto
tempo, não perguntei. mais três
chegavam e
davam ois sorridentes.
de repente
tudo me pareceu extremamente
esquisito e
pintou um tipo de fobia que
costuma me
atacar as vezes. peguei o celular
e, fingindo
mandar alguns torpedos, escapei
dali portão
afora. subi até a Consolação e dali
rumei direto de
volta pra casa na chuva.
qualquer dia
desses tento ir lá novamente.
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