segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Safira


eu me sentava na beira do palco no intervalo
dos shows. “dá licença, gatinho”, ela disse
e me afastei, deixando um espaço pra ela
se sentar entre mim e a outra garota.
“vou subir no palco, gatinho, dá licença.”
só então entendi o que ela queria e abri
mais espaço. ela subiu assim, no improviso,
sem nenhum tipo de anúncio para o maior
show de strip da história.

morena cavaluda, enorme. peitos gigantes,
pele clara, olhos verdes, cabelos pretos
lisos e a maior e mais perfeita bunda
do recinto. vestia um biquíni vermelho
atochado no rabo. segurou no poste
e começou sua dança.

homens se acumulavam à frente do palco
as luzes eram loucas, o som era selvagem.
ela se curvava empinando a bunda e ouvia-se
os gritos e assobios. todos estavam em transe
e sua bunda rebolava a dois palmos de distância
de nossas caras.

com ela não tinha frescura, nenhum segurança
afastava ninguém. quando ela se virava
passávamos a mão à vontade e aquilo era
revigorante. a princípio timidamente, então na
quarta ou quinta virada lá estava eu atolando
as duas mãos, uma em cada nádega, e ela sorria.
era minha primeira ereção completa naquela
noite.

sua pele era fria e extremamente macia, os
dedos deslizavam por ela como manteiga.
era genial, genial. uma bunda genial. digna
de Van Gogh ou Da Vinci.

todos acotovelavam-se para ter um segundo
de prazer. “não perca território, não perca
território” eu dizia à meu amigo. estávamos
no melhor lugar possível. lembro-me que em
alguns momentos eu olhava todos aqueles
homens e pensava “deus, isso não vai dar certo,
vão estuprar a pobre garota”. nem sempre é
fácil reprimir seus instintos.

o tempo pareceu parar. era a eternidade.
simplesmente genial. ela se aproximava
novamente, abaixava de costas até o chão
e eu atolava a mão nela, dessa vez mais para
baixo, sentido por trás sua bucetinha quente.
ela empurrava meu braço, dizia algo num tom
de reprovação e continuava.

aquilo ia longe, a dança, o som, os gritos.
eu realmente não me importaria se durasse
pra sempre. outra garota subiu no palco e
passaram a dançar juntas. mas qualquer
mulher era invisível ao lado de Safira.
passávamos a mão na outra olhando para
Safira. rezávamos para Safira voltar para
o nosso alcance. ela vinha, eu alisava a
bunda mais gostosa do universo, ela se
afastava, ela vinha novamente, eu não
resistia e tocava sua chaninha, ela repetia
o ato e a fala de reprovação e eu me sentia
um pouco mal.

o mais impressionante é que ela não havia
tirado praticamente nenhuma peça de roupa
até aquele momento. não precisava disso para
manter todos babando. passou então a fazer
menção de tirar a parte de cima do biquíni.
delírio geral. seus peitos eram dois lindos melões
que quase equiparavam-se a seu rabo.

eis então que ela vem e para em minha frente.
olhando em meus olhos e sorrindo, abaixa-se.
segurava os melões. começou a abrir o fecho
do biquíni e segurou-me pela nuca. fiquei cara
a cara com aqueles dois monumentos. por um
breve instante afastou a peça para o lado,
deixando tudo à mostra. o resto do mundo
deixou de existir e não restou-me outra opção
a não ser passar a língua naquele doce e rosado
mamilo.

ela riu, afastou minha cabeça rapidamente,
recolocou a peça e dirigiu-se ao poste. ouvi
gritos, urros, “caraaalho” berrou o cara atrás
de mim. podia sentir o cheiro da inveja. “morra,
morra”, disse Alex apontando-me o dedo. mas ao
mesmo tempo todos estavam felizes. felizes por
aquela mulher ser tão safada e gostosa. a sensação
era boa. eu estava nas nuvens, já podia morrer em
paz. fiquei assim meio aéreo sentindo tudo aquilo
e admirando o restante do show quando ela
finalmente saiu pela porta branca atrás do palco e
tudo acabou.

tenho certeza absoluta que após a performance
ela poderia facilmente cobrar 500 paus por
aquele rabo que não faltaria clientela. e eu sem
um puto. houveram outros shows, mas era como
contentar-se com o purgatório depois de uma
visita ao céu. fomos embora de lá pouco tempo
depois.

Alex me pagou uns espetinhos de carne no bar
ao lado. eram quatro e quarenta da manhã. então
ele subiu a Augusta em direção ao metrô e eu
segui a pé rua abaixo. foi isso. chegando em casa,
bebi um copo d’água, troquei de roupa, toquei uma
e dormi.

2 comentários:

  1. Curti, acho que você sabe usar muito bem às palavras. Vi teu comentário no meu blog, os textos que está lendo são antigos, Lendo os mais recentes vai achar um pouco melhor, mas nada que vale muito a pena. Abrçs e continue mandando ver. tou seguindo teu blog.

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  2. tenho essa mania de querer ler as coisas na ordem q foram postadas, é quase um TOC ^^
    qq dia leio algo mais novo lá.
    vlw! abç

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